domingo, 23 de dezembro de 2007

O Natal num país distante


Tobias era um grande homem, gostava muito de viajar e de conhecer lugares, religiões e novas culturas. Na época do Natal não tinha o hábito de viajar, pois gostava de estar em familia, mas naquele ano, Tobias viajou.

O país para onde fora não era muito conhecido, era habitado por gente pobre, com muitas necessidades e dificuldades. Muitas delas viviam na rua, não havia muito para comer e haviam muitas tempestades.
Naquela tarde, Tobias passeou para conhecer a terra onde estava e um pouco da sua cultura. Era época de Natal. Como estava num país pobre, não haviam muitos enfeites, nem grandes luxos. Existia uma pequena árvore de Natal e um presépio de papelão.
Na noite de Natal, passava Tobias pela rua dirigindo-se para a sua cabana afim de celebrar um Natal quente e aconchegado, quando pelo caminho depara com um grupo de crianças entre os 6 e os 16 anos sentados á volta de uma pequena fogueira e debaixo de folhas de palmeira. Dirigindo-se a eles deseja-lhes um feliz natal e continua o seu caminho. Um pouco mais á frente, as crianças ainda não lhe tinham saído da cabeça e resolveu voltar para trás.
Emocionado com aquela pobreza perguntou-lhes se não iam para casa, para o pé dos seus pais, ao que um deles lhe responde que já não tinham pais, eram orfãos. Ainda mais emocionado perguntou-lhes então se queriam passar o Natal com ele, na sua cabana, que tinha comida e alguns presentes que poderiam partilhar.
Com um ar revoltado o mais velho dos irmãos olhou para Tobias e diz-lhe as sguintes palavras: "Jesus quando nasceu não tinha casa, nem o quente de uma lareira, nem presentes. Jesus não tinha qualquer luxo e no entanto sobreviveu a muito e salvou-nos a todos. Vocês que vêm lá desses países ricos estão habituados á luxuria e estão a deitar fora o conceito de Natal. O Natal não para dar grandes prendas a todos, as mais caras se for possivel, o Natal é partilha, é amor, é compaixão; deve ser vivido como Jesus o viveu."
Embasbacado com aquelas palavras, Tobias não perguntou mais nada, apenas concordou e pediu se poderia passar o Natal, ali, com eles.

Foi a primeira vez que Tobias celebrou o Natal no seu íntegro, e estava muito contente, aquelas crianças eram maravilhosas e ensinaram-lhe muito. Foi o melhor Natal que alguma vez tivera.


Não deixe que o Natal seja o consumismo que o Homem criou. No Natal AME, PARTILHE, DÊ, não consuma! Um Feliz Natal para todos!

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Sermão de Santo António aos peixes - Padre António Vieira


Sermão de Santo António pregado na cidade do Maranhão, no ano de 1654, no dia 13 de Junho, dia de Santo António, (Véspera da partida de Padre António Vieira para Lisboa). Nesta época, Portugal tinha recuperado a Independência e o Padre António Vieira vem a Lisboa, junto do rei para apoiar a criação de leis que acabassem com a exploração dos colonos brancos para com os índios brasileiros.
O sermão está organizado em seis capítulos e três partes: o Exórdio, que contém o capitulo I; a exposição e confirmação, que contém os capítulos II, III, IV e V e a peroração que contém o capitulo VI.

No Exórdio, Padre António Vieira apresenta o conceito predicável, “Vós sois o sal da Terra”, e explica as razões pelas quais a terra está tão corrupta. Ou a culpa está no sal (pregadores), ou na terra (ouvintes). Se a culpa está no sal, é porque os pregadores não pregam a verdadeira doutrina, ou porque dizem uma coisa e fazem outra ou porque se pregam a si e não a Cristo. Se a culpa está na terra, é porque os ouvintes não querem receber a doutrina, ou antes imitam os pregadores e não o que eles dizem, ou porque servem os seus apetites e não os de Cristo.
Ao apresentar o conceito predicável, Padre António Vieira, introduz o tema do sermão, mas apesar de tudo desvia-se do tema e preocupa-se apenas com a razão pela qual a terra está corrupta, partindo do principio de que a culpa é dos ouvintes. Consegue isto, uma vez que o sermão é proferido no dia de santo António, aproveitando assim o exemplo deste. Santo António não obtinha resultados da sua pregação e os homens até o quiseram matar, em vez de desistir resolveu pregar aos peixes. Assim se viu Padre António Viera, sem obter resultados, a terra continuava corrupta, resolvendo igualmente pregar aos peixes, seguido o exemplo de Sto António.
Em primeira parte, o orador vai louvar as virtudes dos peixes e em seguida repreende-los.

O capitulo II contempla os louvores aos peixes de carácter geral, recorrendo-se ao exemplo de Jonas para mostrar que os homens são muito piores que os peixes. Como suas qualidades temos:
- Bons ouvintes / obedientes
- Primeira criação de deus
- Melhores do que os homens
- Livres, puros, longe dos homens
Estas qualidades, são por antítese os defeitos dos homens.
Neste, como em todos os capítulos, há um exemplo prático de Sto António, para o louvar no seu dia.

O capítulo III é igualmente de louvor aos peixes, mas agora de carácter particular. Padre António Vieira utiliza quatro peixes para mostras a relação entre o homem e o divino, como os peixes se dão a estes cuidados e os homens não pensam em tais coisas.
Peixe de Tobias: Tem umas entranhas e um coração que expulsam os demónios e simboliza o poder purificador da palavra de Deus.
Rémora: Peixe que quando se agarra e um navio tem força suficiente para o conduzir sozinha. Simboliza o poder da palavra do pregador – guia das almas.
Torpedo: Produz descargas eléctricas que faz tremer o braço do pecador. Simboliza o poder da palavra de Deus, de fazer tremer os pecadores que pescam na terra tudo quanto encontram.
Quatro – olhos: Tem dois pares de olhos, uns para cima e outros para baixo. Simboliza o dever dos cristãos em tirar os olhos da vaidade terrena, olhando para o céu sem esquecer o inferno.
Todos estes louvores que Padre António Vieira faz aos peixes são antíteses aos defeitos dos homens, assim simbolizando os seus vícios.

Seguidamente parte-se para as repreensões aos peixes, primeiramente de carácter geral (Cap. IV) e depois de carácter particular (Cap. V).
No carácter geral, Padre António Vieira acusa os peixes de se comerem uns aos outros, recorrendo a um exemplo dos homens para explicar o que eles faziam. Assim, os homens praticam antropofagia social, ou seja exploração uns dos outros. O orador faz uma comparação entre a antropofagia ritual dos Tapuias (índios brasileiros) e a antropofagia social dos homens, considerando esta ultima mais grave que a anterior, porque muitas vezes procuram tanto a exploração que nem os mortos escapam. O mais grave de tudo é que são os grandes que comem os pequenos, ou seja são precisos muitos pequenos para alimentar um grande. Acusa-os igualmente de cegueira, vaidade e de terem a maldade.
Estas repreensões são feitas com o objectivo de mudarem os homens, ou pelo menos fazê-los pensar, mesmo que não haja uma mudança rápida.
Aqui, há também um exemplo prático de Sto António que nunca praticou antropofagia social e que trocou a riqueza pela simpleza.

De carácter particular, Padre António Vieira usa quatro exemplos de peixes que se referem a tipos comportamentais. O roncador que simboliza os arrogantes, o pegador, que simboliza os oportunistas, o voador, que simboliza os ambiciosos e o pior de todos, o polvo, que simboliza o traidor e o hipócrita. Este último, tem uma aparência de santo e manso e um ar inofensivo, mas na essência é traiçoeiro e maldoso, é hipócrita e faz-se de amigo dos outros e no fim “abraça-os”. Neste capítulo são usados os exemplos de São Pedro, Sto Ambrósio, São Basílio e o Gigante Golias.

Por fim, a despedida, no capitulo VI, onde o orador retoma os pregadores de que falava no conceito predicável, servindo-se dele próprio como exemplo alegando que não estava a cumprir a sua função. Alega também que ele (homens) e os peixes, nunca vão chegar ao sacrifício final, uma vez que os peixes já vão mortos e os homens vão mortos de espírito. Padre António Vieira diz que a irracionalidade, a inconsciência e o instinto dos peixes, são melhores do que a racionalidade, o livre arbítrio, a consciência, o entendimento e a vontade do homem.

Conclui-se assim, fazendo um apelo aos ouvintes e louvando-se a Deus, tornando esta última parte do sermão um pouco mais familiar, para que se estabeleça de novo a proximidade entre os ouvintes e o orador.
Este sermão teve como ouvintes os colonos do Maranhão e tem grande coesão e coerência textual graças á utilização de recursos estilísticos, articuladores do discurso e argumentos de autoridade e analógicos para validar e confirmar os testemunhos narrados. Todo o sermão é alegórico, uma vez que são utilizados os peixes como figuras concretas para a crítica aos homens.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

O Corpo humano - Real e completamente fantastico


Real e fantástico, são as melhores palavras para descrever o nosso corpo, visto por dentro e por fora, como nunca ninguem pensou ver. A exposição já está em Lisboa á algum tempo e tem tido um enorme sucesso, com milhares de visitantes.
A exposição pode acontecer graças á doação de corpos chineses que nunca tinham sido reclamados e que foram doados para fins cientificos. A verdade é que a comunidade cientifica e todos os que participaram para que a exposição pudesse ocorrer, obteve um resultado fantastico e dá-nos uma visão completamente diferente do que pensamos ser o nosso corpo.

Algumas curiosidades que a Exposição «O Corpo Humano como nunca o viu...» revela:

• Um ser humano perde em média 40 a 100 fios de cabelo por dia.
• Um espirro pode ultrapassar os 160 quilómetros por hora.
• Cada vez que lambemos um selo, consumimos um décimo de uma caloria.
• Os ossos do esqueleto juntam-se em mais de 100 articulações, dando ao corpo uma mobilidade notável.
• A forma convexa e a camada interna esponjosa dos nossos ossos cranianos criam uma protecção para o cérebro.
• Os bebés têm 300 ossos; os adultos têm 206.
• O cóccix, na base da nossa espinha, é tudo o que nos resta das caudas dos nossos antepassados.
• Os ossos das crianças crescem mais rapidamente durante a Primavera.
• O tecido Muscular cardíaco contrai para fazer bater o coração.
• A língua é composta por 16 músculos individuais.
• Os músculos do coração criam pressão suficiente para esguichar sangue a mais de 9 metros.
• Os mais pequenos músculos do corpo encontram-se nas orelhas.
• Os músculos produzem calor para manter a temperatura corporal
• Os cérebros das raparigas constituem 2,5 por cento do peso corporal. Os cérebros dos rapazes constituem 2 por cento.
• Cada neurónio tem muitas dentrites, ou ramificações, que o ligam a milhares de outros neurónios.
• O coração é um músculo com duas câmaras que bombeia o sangue para todas as zonas do corpo.
• Existem 96 mil quilómetros de vasos sanguíneos no corpo humano.
• Quando chegamos aos 70 anos, já respirámos pelo menos 600 milhões de vezes
• Em média, um maço de cigarros retira-lhe duas horas e vinte minutos de vida.
• As papilas são os altos na língua que contêm as papilas gustativas.
• O aparelho digestivo desfaz a comida que ingerimos e converte-a nos nutrientes que utilizamos como combustível.
• O espermatozóide masculino é a célula mais pequena do corpo; o óvulo feminino é a maior.
• Os rins filtram as impurezas do sangue a uma taxa de cerca de 57 litros por hora.
• O coração de um embrião começa a bater durante a terceira semana.



Apaixonante! Vale a pena visitar, nem que seja apenas para descobrir um pouco mais de si!


segunda-feira, 3 de setembro de 2007

I'm a beliver - Shrek

Como seria perfeito se a vida fosse um desenho animado! Mas não é e temos de acreditar, não é assim? .....


domingo, 10 de junho de 2007

A Pena de Morte


INTRODUÇÃO

O saber viver é aperfeiçoado, todos os dias um pouco, por cada um de nós, que aprendizes de pessoas vamos aprendendo a viver na união com os que nos rodeiam e que nos ajudam á nossa construção. Ao longo da história, este saber foi sofrendo várias alterações que tentam levar a uma qualidade de vida cada vez melhor para um maior número de pessoas. Para muitos, a Pena de Morte é considerada a maneira mais fácil e rápida de fazer justiça, aqueles que escolhem caminhos que não são considerados segundo a conduta moral os mais correctos. Mas termos nós o direito de julgar pessoas que são tão humanas como nós? Saberemos o que é certo e errado? Sim, tentamos chegar a uma perfeição para que nos realizemos como pessoas que somos, mas as escolhas que são feitas durante a vida, não dirão respeito a cada um de nós? Temos que ter em conta que vivemos e sociedade e que não podemos ser felizes sozinhos. Mas, não haverá outra maneira de fazer a justiça e ajudar a que todos nos tornemos cada vez mais pessoas…? É que, ao matar estamos a fazer pior do que o crime que, provavelmente foi cometido, e com essa atitude em vez de caminharmos no sentido de sermos pessoas, caminhas no sentido contrário – o de nos tornar – mos animais, simples e irracionais.


Artigo 3º:
“Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.”
Artigo 5º:
“Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes.”

O QUE É A PENA DE MORTE


A Pena de Morte é uma sentença aplicada pelo poder judicial que consiste em por termo, legalmente, á vida de uma pessoa, que foi anteriormente julgada e acusada de ter cometido um crime suficientemente grave para ser púnico com a morte.
Esta sentença é aplicada para a punição de crimes, no entanto pode haver a eliminação dos considerados “indesejáveis” (deficientes físicos ou mentais, judeus e homossexuais) sendo este considerado um acto arbitrário, ou seja um acto em eu as pessoas podem escolher morrer.

HISTÓRIA

Esta forma de punição de crimes foi aplicada em quase todas as civilizações ao longo da história, principalmente as mais rudimentares. Actualmente é enquadrada de uma forma legal e sociológica bastante diferente. Enquanto que no passado, qualquer pessoa poderia ser condenada á pena de morte apenas por ter traído o marido, actualmente poucos são os países que ainda aplicam a pena de morte de uma forma tão brusca.
Na actualidade quase todos os países da Europa Ocidental aboliram a pena de morte, tendo sido Portugal o primeiro, seguido da França e da Alemanha. A convenção europeia dos direitos humanos recomenda a sua proibição.
Apesar de nos Estados Unidos da América, durante os anos de 1970 a pena de morte ter sido suspensa, foi retomada passado pouco tempo e juntamente com o Japão são dos únicos países democráticos a aceitarem a pena de morte.
O país que mais recentemente aboliu a pena de morte foi as Filipinas em Junho de 2006.

A PENA DE MORTE EM PORTUGAL

A Pena de Morte m Portugal, foi abolida definitivamente, para todos os crimes em Abril de 1976, após o 25 de Abril. Já antes tinha sido abolida em 1911, mas voltou a ser readmitida aquando da primeira guerra mundial, por volta de 1914. Neste caso era admitida “em caso de guerra”. Após esta data não voltou a ser executado nenhum julgado até á abolição definitiva da Pena Capital em 76.
Em termos de crimes civis, a ultima execução foi no ano de 1846, e em crimes políticos no ano de 1852, no decurso do reinado de D.Maria II.
No reinado de D.Luis a Pena de morte foi abolida para todos os crimes com excepção dos militares.
Como se pode constatar, no nosso país, já na monarquia a Pena de Morte era considerada, por alguns, como uma forma “odienta” de fazer justiça, tendo sofrido várias alterações até ser totalmente abolida.

PAÍSES COM PENA DE MORTE EM VIGOR

O mapa seguinte mostra os vários países do Mundo, separando aqueles que já aboliram, que aceitam ou que praticam a pena de morte.



Legenda:
Azul: Abolida para todos os crimes
Verde: Abolida para todos os crimes, excepto os cometidos por exemplo, e tempo de guerra
Laranja: Abolida na prática, mas legal
Vermelho: Pena de Morte legalizada


PRINCIPAIS PAÍSES COM PENA DE MORTE EM VIGOR:
Afeganistão
China
Singapura
Estados Unidas da América
Indonésia
Irã
Paquistão

MÉTODOS DE APLICAÇÃO DA PENA DE MORTE
Existem vários métodos de execução de um condenado, entre eles destacam-se os seguintes:

Apedrejamento: Lançam-se pedras sobre o condenado até a sua morte.

Cadeira electrica: O condenado é imobilizado numa cadeira, sofrendo depois tensões eléctricas de 20 000 volts.

Câmara de gás: O condenado é colocado numa câmara qual se liberta um gás mortífero.

Crucificação: O condenado é pregado pelas mãos e pés numa cruz, deixando-o numa morte lenta e dolorosa.

Decapitação: Consiste em cortar a cabeça ao condenado com uma espada, machado ou guilhotina.

Fogueira: O condenado é queimado vivo.

Fuzilamento: Um pelotão dispara sobre o condenado.

Injecção letal: Administra-se no condenado uma mistura fatal de produtos químicos, por via intravenosa.

Outros exemplos:
- Asfixia
- Esmagamento
- Afogamento
- Garrote Vil
- Forca
- Empalamento
- Lapidação




CONTRA A PENA DE MORTE




As pessoas e países que estão contra a pena de morte, assentam a sua opinião nos seguintes pontos:
- Não há direito de julgar os outros, por mais graves que sejam os crimes cometidos
- O sofrimento a que a pessoa fica sujeita é indescritível, tanto a nível físico como psicológico
- A pena de morte é um processo irreversível, no caso de enganos judiciais
- A pessoa executada pode ter cometido os piores crimes, até o de matar, mas ao executar a pena de morte, estamos igualmente a matar e a cometer um crime (violência não se resolve com mais violência)
- A prisão perpetua pode resolver muitos problemas de criminalidade humana
- A pena de morte é discriminatória.


A FAVOR DA PENA DE MORTE

As pessoas e países a favor da pena de morte, têm a sua opinião fundamentada no seguinte:
- Os crimes mais horríveis, como a pedofilia, o rapto de crianças e as violações devem ser punidos sem dó nem perdão com a pena de morte
- A maioria acredita que o índice de criminalidade diminuiria
- Somos todos nós que sustentamos os criminosos que ficam na prisão com todas as regalias
- Só a pena de morte tem valor suficientemente grande para cobrir a brutalidade humana


A CONCEPÇÃO ÉTICA E MORAL DA PENA DE MORTE



“Todo o indivíduo tem direito á vida”. Será que a Pena de morte respeita este artigo? Teremos nós o direito de julgar os outros seres iguais a nós?
A Pena de morte retira a vida a um ser que foi julgado e acusado de um crime, que seja suficientemente grave para ser punido com a morte.
A dor física e psicológica que uma pessoa, como nós, sente ao saber que vai morrer, da maneira mais horrível possível é indescritível. Sim, uma pessoa como nós, pois somos todos iguais, o que mudam são os comportamentos das pessoas…, ou dos indivíduos? Pois… porque quem considera a Pena de morte como uma maneira eficaz de punir os crimes só pode ser um individuo, ou seja uma pessoa sem sentimentos, apenas um ser animal e irracional.
Por mais que um ser tenha cometido os crimes mais horríveis, nenhum ser, muito menos um ser igual a ele, tem o direito de julgar o outro, ainda para mais com a morte. Não somos nós seres todos iguais? Não temos os mesmos direitos e deveres? Como podemos ter a capacidade de julgar uma pessoa? Somos ou não tão pecadores como eles?
A Pena de morte vai completamente contra a ética, contra o que supomos ser o correcto. A ética valoriza o bem para a vida, com o pensamento no bem para o outro, muitas vezes antes do bem para nós mesmos. Como poderemos então, julgar um acto com a morte? É eticamente incorrecto, vai contra todos os princípios que põem em causa a ética. Num lado diferente, mas dependente da ética, temos a moral, a lei que visa uma vida boa, mas que deve ser pensada através da ética, para assim agirmos de acordo com o que consideramos correcto.
Um juiz tem um papel fundamental quando julga um crime. Por um lado pode ter a lei que pode ou não aceitar a pena de morte, por outro lado tem a ética e os princípios que acha correcto. O mal é que os juízes, em geral, seguem a tendência adoptada na administração da justiça penal, excessivamente comprometidos com os formalismos que, na realidade, servem ao interesse dos principais interessados.
Apesar de sermos seres livres, temos de nos responsabilizar pelas consequências dos actos que realizamos, só assim seremos verdadeiramente livres. Deste modo, a justiça deveria julgar os culpados com mais rigidez. Esta rigidez, permitira que não houvessem enganos, o que é quase impossível, e assim, ao menos os culpados seriam condenados por crimes que cometeram. Isto muitas vezes não acontece, pois os erros judiciais levam a que um inocente seja executado podendo mais tarde vir-se a descobrir que o condenado era inocente. Este é um lado muito negativo da pena de morte – é irreversível.
Religiosamente falando, como muitos acreditam, se é Deus que dá a vida, só ele a deve tirar e nenhum ser humano tem o direito de julgar outro ser igual a ele e condená-lo á morte.
A pena de morte, é pois, considerada eticamente incorrecta, não respeitando os direitos humanos, pois todo o ser tem o direito á vida.

ES A FAVOR OU CONTRA A PENA DE MORTE?

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(Trabalho de Filosofia - 10ºano)

domingo, 13 de maio de 2007

quinta-feira, 15 de março de 2007

Balão esvaziado

Cansei os braços
A pendurar estrelas no céu

Queria que tu as visses
Naquela noite de verão
Os pontinhos prateados,
Reluzentes
Sabia que estavas triste
E que gostas de olhar o céu
Ao pé do mar, na praia
Sabes que eu não te posso ver triste
E por ti me cansei
A pendurar as estrelas
Para tu ficares bem
E eu descansar

Pendurei a lua
Redonda e pesada
Fez reflexos no mar,
Iluminou o teu caminho…

Os teus passos sobre a areia
Deixam um rasto brilhante
A tua sombra é luz…
És a minha estrela…



(poemas a partir de versos de António Gedeão - Oficina de Escrita - ESLAV)

sexta-feira, 9 de março de 2007

"Passa um navio ao largo dos meus olhos"

Passa um navio ao largo dos meus olhos

Estava cheio,
Íamos todos a bordo,
Todos, até o menino mau,
Aquele que me roubou o pão no outro dia.
Estamos todos felizes
Não há inimigos,
Não há os ricos, nem os pobres
Somos todos amigos.
Temos muito que comer,
Duas mesas, bem vejo,
Acho que nos vão durar para um ano inteiro,
Somos muitos, mas partilhamos.
Temos uma piscina,
Podemos brincar livremente,
Ninguém nos prende.
Temos também, um quarto
Com camas,
São confortáveis, têm cobertores,
Não temos frio.
Temos roupa, fazemos trocas engraçadas
Que sensação boa…
Somos livres
O navio vai devagar
Podemos mergulhar,
Nadar com os golfinhos…
O mar é imenso, o sol está-se a por.
O azul imenso está a desaparecer
Já há pouca água…

Afinal, o navio é feito de folhas,
O mar é apenas uma poça enlameada
Era apenas um sonho,
Uma brincadeira
Um desejo de uma menina africana.


(concurso literário - ESLAV - centenário do nascimento de Miguel Torga)

domingo, 4 de fevereiro de 2007

Aborto...

Quem for insensível a este vídeo, e aprovar o aborto... Deixe o seu comentário, pff... Gosto de saber as razões pelas quais o conseguem....

sábado, 3 de fevereiro de 2007

"O grande labirinto" - Fernando Savater


“A partida do século” no estádio mesmo ao pé de casa. Correria á compra dos bilhetes, como para qualquer jogo de futebol, mas o problema é que este não é um jogo qualquer. Aqui as pessoas entram e não voltam a sair.
No campo há dezenas de psicófagos em vez de jogadores, as bolas são “cabeças”… Sim, as bolas porque nesta partida as bolas vão aumentado cada vez que um psicófago consegue que um espectador olhe fixamente para ele.
Os pais e familiares de Fisco, Jaiko, Sara e Arno estão a ver a partida á vários dias e não tencionam voltar a casa. Será que esta poderá ser, para eles uma “partida” para sempre? A qualquer momento poderiam ser mais uma vítima dos psicófagos…
Numa tentativa desesperada de os salvar, os quatro partem á aventura, já que a única solução será preencher a caixinha metálica que a velhota dos doces lhes deu. Essa caixa precisa de letras, e com a ajuda do simpático papagaio e de Dom Pantaléon partem num remoinho vermelho que os leva sempre a um local diferente. Visitam grutas subterrâneas, países na antiguidade, sempre em épocas distintas, conhecem personagens como D. Quixote, Sherlock Holmes, ou Sindbad.
Conseguem as letras e a “batalha” final decidirá o futuro de todos os que ficaram no estádio.
A aventura fantástica reporta-nos para o interior da acção e prende-nos até á ultima letra.
“Os livros concedem-nos essa possibilidade fantástica de percorrermos a considerável velocidade lugares vário, ficando praticamente imóveis, e fazem-nos aceder a dimensões desconhecidas de lugares que fazem parte do nosso mundo quotidiano.”
Uma verdadeira e alucinante viagem ao passado, que nos faz também a nós procurar as letras da palavra-chave que ninguém conhece… Encontrem-nas!