sábado, 20 de setembro de 2008

Os sonhos


Todos sonhamos, isso é certo, mas muitas vezes não sabemos o significado e o impacto que esses sonhos têm na nossa vida. Há quem diga, aqueles que são entendidos e mesmo os que não são, que os sonhos moldam a nossa vida. Será? Será que fazemos aquilo que sonhamos? Ou será que a nossa própria vida já é um sonho? A estas perguntas ninguém nos poderá responder, é com o viver que podemos tentar encontrar as respostas, talvez não sejam as certas, mas quem sabe? O que é facto é que o homem não seria nada sem o sonho e esse, ninguém nos pode tirar. Só nós sabemos o que sonhamos e só nós conhecemos as personagens que integram o nosso sonho e é por isso que o sonho é tão privado e tão pessoal que mesmo contando nunca ninguém terá um visão tão profunda dele como nos próprios.

A vida preenche-se de sonhos, nem nunca os realizamos todos, mas o que é facto é que são esses que nos dão força para continuar a viver e a caminhar com o objectivo de que um dia realizemos aquele sonho tão antigo, tão íntimo e isso faz-nos felizes, por vezes nem é a realização desse sonho em si, mas o caminho e o esforço que fizemos para chegar ao sonho, á vida!

A vida é sonho e o sonho é vida, qual deles estará mais correcto ninguém sabe, mas acreditamos, e sonhamos, porque sonhar constrói um Homem e tece a sua vida, mesmo aqueles sem objectivos, vão seguindo porque o sonho os impele. E como é bom sonhar!

Quando sonhamos sentimos o poder todo nas nossas mãos, tudo parece tão fácil e tão alcançável, é tão bom que por vezes nem queremos acordar. Quando um pouco desses sonhos começa a ser real, aí é que podemos dizer que estamos a caminhar para a felicidade de viver, felicidade de sonhar…

sábado, 6 de setembro de 2008

Que sentido da vida?

Como vive a nossa sociedade a vida? Andamos como loucos á procura de algo que não sabemos bem o quê, a tentar satisfazermo-nos com bens materiais o prazeres mundanos. Vivemos "stressados" com o trabalho e com e vida e não paramos, não temos tempo para pensar, não sabemos o que andamos aqui a fazer, apenas fazemos sem questionar. É claro que não podemos escolher tudo o que fazemos, mas a nossa sociedade actual vivo sem interioridade, vive sem pensamento, como marionetas coordenadas pelos poderes superiores, sem um sentido para a vida.

Para muitos, a vida só tem sentido se for sempre em festa, para outros apenas interessa ter tudo, ter dinheiro, ter uma grande casa, e nem um marido interessa, apenas interessa ter uma pessoa que nem conhecemos inteiramente, que apenas nos satisfaz e que não nos tora mais pessoas. Isto porque a nossa sociedade é egoísta e só pensa em como satisfazer as suas necessidades pessoais, sem pensar nos outros, sem pensar que existem outros.

A procura de um sentido para a vida é como um objectivo, uma esperança que nos faz continuar a viver todos os dias, que nos faz continuar a caminha.

Para mim a procura de um sentido para a vida é algo que a cada dia se vai construindo, com a convivência com os outros e principalmente com aquelas pessoas que nos fazem realizar a nós próprios e ás quais fazemos com que se realizem pessoalmente. A procura de um sentido num ser superior e sobrenatural passa muito pela fé, pois precisamos de acreditar, não temos certezas absolutas de que existe um Deus, mas acreditamos, e Ele dá-nos razões para continuar, porque sentimos a presença Dele na nossa vida, na convivência com as tais pessoas que amamos. O que falta e muitas pessoas na nossa sociedade é a fé, o acreditar em algo superior, o tentar obter respostas do caminho a seguir e se toda a sociedade pensasse assim não haveria tanto egoísmo, tantos divórcios, tanta correria no mundo.

E assim, continuamos todos os dias á procura de um sentido, uma razão para continuarmos a viver…




De volta!

Bem, acho que devo um pedido de desculpas a todos os leitores, tenho estado um pouco ausente e não tenho actualizado o blog. Mas pronto, vou tentar continuar actualizada, até porque durante as férias fui escrevendo umas coisinhas e vou pondo aqui.

Obrigada a todos!

quinta-feira, 3 de abril de 2008

"O pequeno livro dos medos" - Sérgio Godinho


A palavra medo tem múltiplos significados, mas para cada um de nós há uma definição do “medo”. Temos medo de cães, de fantasmas, de pessoas que nos parecem estranhas, temos medo da vida. Não sabemos o que acontece a seguir, não conhecemos o amanhã, não sabemos o que virá e isso assusta – nos, receamos. “É por isso que o desconhecido é um bicho que mete medo e ao mesmo tempo apetece conhecer” – todos queremos saber como é a vida, queremos conhecê-la, enfrentar esse medo. Para enfrentar basta olhas para dentro dele, encará-lo olhos nos olhos e perguntar i que quer.
Todos conhecemos o medo, já o sentimos em muitas situações, quando éramos pequenos tivemos histórias engraçadas de situações que nos ficaram marcadas na memória, de quando chamávamos pela mãe e ficávamos apavorados, não sabíamos como enfrentá-lo.
Hoje também temos medo, medo de coisas diferentes provavelmente, mas já aprendemos a encarar aquilo que tememos.
Ultrapassar o medo é investigar, descobrir porquê, conhecer, aí vencemos esse bicho de que não gostamos nada e saímos vencedores, ganhamos a batalha!
O pequeno livro dos medos, ensina-nos a não temer e a ultrapassar o nosso medo. Conta-nos a história que gostaríamos de ouvir quando temos medo, e ao ouvir tranquilizamos.
Das poucas obras literárias de Sérgio Godinho, mas digna de uma leitura, não só pelos mais novos, até porque muitas vezes somos nós que temos mais medo e até são as crianças que nos ensinam a não temer.


terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

"O Velho que lia Romances de Amor" - Luís Sepúlveda


Tendo como cenário a selva amazónica, uma nova cultura e um povo completamente diferente do habitual, a história desenvolve-se á volta de El Idilio e El Dorado onde um homem, de idade já avançada, decide aventurar-se e aprender a vida "selvagem". Passa longos anos em convivência com os Xuar com quem aprende a caçar, a conviver com os animais da floresta e a procurar alimento para a sua subsistência. Apesar desta convivência com os Xuar, António José Bolivar não é um deles e vê-se forçado a abandonar o local livre de que tento gosta.
Recolhe-se numa casinha com recordações da sua falecida mulher e dedica-se á leitura de livros de amor, onde descobre uma nova paixão.
Uma vaga de mortes "ataca" El Idilio onde aparecem vários caçadores mortos por uma puma fêmea em fúria.
António José Bolívar, coms os seus conhecimentos antigos, a pedido da administração, parte para a selva onde vai ter de caçar a dita puma e impedir que haja mais mortos.
Estes dias na selva, trazem-lhe muitas recordações dos tempos com os Xuar e de todos os seus processos para caçar os animais.

O velho que lia romances de amor é uma grande esperiência de vida, com umas descrições fenomenais em que o autor nos coloca na selva e, despidos de preconceitos, na vida dos xuar em defesa da floresta e de todos os animais.